segunda-feira, 5 de novembro de 2007

E após quatro meses, mais um acidente aéreo



Que a aviação brasileira está em crise, é um fato. Isso é discutido desde que o Boeing 737-800 se chocou com outro no norte de Mato Grosso, em setembro de 2006. Mal foram descobertas as causa do acidente com o vôo da Tam 3054 em Julho de 2007, e após quatro meses um outro desastre.
O helicóptero que caiu ontem, dia quatro de novembro, no bairro da Casa Verde, Zona norte de São Paulo, abalou os moradores. O bairro que é conhecido com alegria como o mais tradicional do carnaval de São Paulo, devido as escolas de samba Império da Casa Verde e Camisa Verde e Branco, nesse domingo, chorou. Apesar do acidente e de toda a dor dos familiares, ainda é necessário encontrar forças e agradecer à Deus. A única casa que foi totalmente destruída abrigava uma família de 12 pessoas, e que na hora do acidente estavam seis, e obviamente, todos morreram.
È claro que esse acidente em relação à quantidade de vítimas não pode ser comparado com os anteriores, pois a proporção é muito menor; nesse, apenas oito pessoas morreram (seis moradores da casa e dois incluindo o piloto e co-piloto), no último 199. Mesmo quem não teve nenhum dos parentes mortos nesses acidentes se comove com as entrevistas, com o barulho dos estrondos, com a coragem dos bombeiros, e a pergunta: Como será daqui para frente.
O que é necessário fazer para que esses acidentes sejam evitados? Investir em infra-estrutura tanto das pistas como dos aviões ou o governo pagar um seguro de vida para os moradores das regiões próximas aos aeroportos e agora, também ao Campo de Marte? È claro que quando o Campo de Marte foi inaugurado, no século XX, a população de São Paulo era bem menor e menos urbanizada, mas a cidade cresceu e com isso, talvez, tenha faltado segurança necessária nessas regiões.
Mas, isso tudo para nós fica esquecido, até que outro assunto ocupe as telas da televisão e as páginas no impresso. A dúvida que fica na minha cabeça é uma só: Quantos acidentes terão que acontecer para que alguma providência seja tomada?
Tantos órgãos, tantas siglas, tantas pessoas envolvidas na hierarquia dessas empresas, tantas notas que rolam, e parece que faltam investimentos em nossa aviação. Uma hora é problema na pista, outra é com o avião, revista diz que a culpa é do piloto, outras dizem que não. E dessa vez? Dentro de quem sabe, quarenta dias, teremos uma resposta.
Enquanto as causas desse último acidente ainda estão sendo analisadas, ficamos aqui com dados: hoje foi na Casa verde, ontem no Aeroporto, e amanha? Qual a probabilidade de ser na Zona Oeste, onde eu moro?

Ana Cláudia Luiz

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